Gonçal Mayos PUBLICATIONS

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Feb 14, 2022

BASES DA SOCIEDADE DE CONTROLE E FORMAS DE RESISTIR A ELAS


A tendência histórica para as sociedades de controle foi proposta já nos anos de 1970 por Gilles Deleuze. Este previu o desenvolvimento das práticas e dos dispositivos que estavam sendo pensados por seu amigo Michel Foucault. Muitos dos apontamentos-chave que indicam para as “sociedades de controle” aparecem no díptico Capitalismo e esquizofrenia que Deleuze escreveu com o psicanalista e ativista político Félix Guattari. São mais evidentes na segunda parte, Mille Plateaux (1980), ainda que também haja antecipações significativas na primeira parte, intitulada O Anti-Édipo (1972).

No entanto, apesar dessa rápida e genial intuição de Deleuze e Guattari, há um consenso generalizado de que ela não é acompanhada por análises e desdobramentos pormenorizados equivalentes aos realizados por Foucault sobre o poder disciplinar. Preencher essa lacuna tem sido um dos objetivos prioritários do livro A Sociedade do Controle? Macrofilosofia do Poder no Neoliberalismo porque consideramos que hoje ainda falta uma formulação “macro”, integrada e coerente de uma realidade por outro lado cada vez mais evidente e inquietante, sobretudo quando estramos no que poderíamos chamar de “sociedades de confinamento”.[2]

* * *

As atuais sociedades de controle representam a consolidação de inovações como:

– As sociedades biopolíticas são baseadas em administrar, gerir, prevenir e – definitivamente – controlar a população em todos os momentos de sua vida cotidiana, produtiva e reprodutiva... Assim, deslocava-se a um segundo plano, o que havia sido o objetivo político primordial do moderno Estado-nação que se centrava em controlar, sobretudo, o território “nacional”.

– A evolução do poder, que tradicionalmente era exercido com castigos e ameaças de morte até versões – aparentemente mais “humanitárias”, mas também mais eficazes – atentas, sobretudo, a vigiar e a conduzir “positivamente” a vida (biopoder).

– A superação e a substituição das tecnologias modernas, físicas, sólidas (Bauman) e fordistas (Gramsci) por novas tecnologias pós-modernas, digitais, “líquidas”, flexíveis (Sennett) e pós-fordistas. Assim veremos que o panóptico de Jeremy Bentham (sem dúvida o dispositivo clássico e mais bem teorizado das primeiras) é superado em direção a novas e mais poderosas versões digitais.

– A construção de uma sociedade, toda ela “de controle”, que totalitariamente integre, sobreponha e conecte as “instituições totais”, de confinamento e disciplinação[3] que costumavam ter como base o panóptico clássico. Estamos nos referindo ao desenvolvimento desde o final do século XVII até o fim do século XX das escolas, das fábricas, das prisões, dos quartéis militares, dos hospitais ou dos manicômios.


– A superação das práticas tradicionais baseadas em uma alta concentração macrofísica e central do poder que, ao estar embasada em um exercício da violência explícito e altamente provocativo, pode ter consequências arriscadas ao fomentar a rebelião. Assim se imporiam tendências microfísicas, mais distribuídas e automatizadas, em que o poder pode exercer-se de formas menos evidentes e expostas, mas que – não obstante – costumam ser mais efetivas, mais capazes de penetrar intensamente na sociedade e não necessariamente menos opressivas.

* * *

Os desenvolvimentos mencionados se tornaram mais evidentes com acontecimentos históricos cruciais, como o colapso da URSS em 1991, a evolução pragmática da China de Deng em direção ao capitalismo, a hegemonia do neoliberalismo com as presidências de Margareth Thatcher e Ronald Reagan e as políticas inspiradas pelos chamados “neocons”, especialmente com o surgimento de um terrorismo global após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Todos esses acontecimentos foram decisivos para a genealogia das sociedades de controle, as quais tiveram um impulso-chave com a série de crises econômicas pós 2007 e sua antecedente com a explosão da bolha especulativa das empresas de tecnologia “.com” entre os anos 2000 e 2002. Foram crises vinculadas à desregulamentação e à imposição do sistema financeiro sob a governança global do chamado “Consenso de Washington”, que tensionaram profundamente as potências desenvolvidas e que, portanto, impulsionaram sua evolução às “sociedades de controle”.


Como seus resultantes, atualmente, poderosos mal-estares sociais questionam o consenso teórico-ideológico herdado, o nomos consensual de até então e as práticas institucionais baseadas no progresso igualitário, o Estado de bem-estar social e os mecanismos democráticos. Essas crises econômicas neoliberais tiveram um grande efeito “desconcertante”,[4] tanto para o conjunto da sociedade quanto nas elites governantes, as quais optaram por controlar ainda mais, e de forma cotidiana, a população.

Bem equipadas e presentes nos principais mecanismos estatais, usaram seus enormes meios e possibilidades, para minimizar a dissidência e o descontentamento de grande parte da cidadania e dos movimentos sociais alternativos. Podemos destacar o salto que a eleição presidencial de Donald Trump em 2017, sob a inspiração ideológica de Steve Bannon, [5] representou nessas tendências. Constatou-se que grande parte da população era vulnerável aos mecanismos de exaltação e mobilização graças às novas ferramentas de mineração e análise do big data (por exemplo, da Cambridge Analytica).

Isto deu asas aos movimentos populistas radicais (sobretudo de direita, mas não exclusivamente) e impulsionou muitas das elites dominantes a “branqueá-los” politicamente. Percebeu-se logo uma mudança significativa em relação à estratégia das últimas décadas que tendia a conter, manter a certa distância e como “exército de reserva” os grupos ultraconservadores que – daí em diante – seriam legitimados, fomentados, instrumentalizados e incorporados em instâncias-chave do poder (por exemplo, Vox na Espanha pós-franquista, pentecostalismo no Brasil e inclusive antes o Tea Party nos Estados Unidos).


Descontentes com o fim do “socialismo real” e a derrota políticoeconômica do “marxismo” nos anos 1989-91, os movimentos populistas conservadores propõem-se a adicionar sua total derrota “cultural”. O objetivo final é eliminar qualquer resíduo da sua hegemonia cultural popular, em instituições políticas, na mídia de massa e, inclusive, nas universidades e think tanks. Chamam redutivamente de “marxismo cultural” tanto os avanços democrático-progressistas decantados durante o ciclo político-histórico de 1945 a 1979, como os intelectuais que, naquele período, e atualmente, advogam por esses valores. Assim, ideólogos como Steve Bannon, Olavo de Carvalho e Aleksandr Duguin constroem em seus próprios interesses um “bode expiatório” sociopolítico, que exigem sacrificar em benefício de uma nova hegemonia conservadora e até mesmo fascista. Em plena pandemia de Covid-19, com suas muitas mortes e graves consequências econômicas, ainda se percebe o profundo desconcerto provocado pelas crises pós-2007 e pelas novas derivas populistas na maioria da população, em grande parte da esquerda e em movimentos alternativos. Ainda mais, desde Trump até Bolsonaro, o “trifachito”[6] espanhol ou a crescente pressão autoritária da China sobre Hong Kong, as elites mais poderosas deram importantes saltos qualitativos para aplicar generalizadamente novos mecanismos digitais de controle e “concertar” “constitucionalmente” um novo marco que os legitime.

Essa é a batalha mais decisiva após 2020 e – por isso – é muito importante fazer um diagnóstico realista e que permita reconstruir as forças progressistas e preparar uma potente estratégia alternativa. A elas dedicamos muitos dos escritos que apresentamos neste livro.

* * *

Ora, ainda que a série de crises econômicas neoliberais pós-2007 e as estratégias ideológicas populistas sejam muito decisivas para o advento das sociedades de controle, existem também outros elementos de grande importância e que constituem sua condição de possibilidade. Muitos deles estão associados ao desenvolvimento de ferramentas tecnológicas e estratégias políticas de controle, que permitem fazer frente à crescente ruptura do “concerto” social e à ampliação das desconfianças e antagonismos. Assim é possível instrumentalizá-las rápida e eficientemente por grupos conservadores que esperavam – há algum tempo – essa oportunidade e que vão de Trump até Bolsonaro ou ao trifachito espanhol. Entre as novidades a serem destacadas, consideramos brevemente as seguintes:

1) As novas tecnologias digitais de comunicação romperam a verticalidade hierárquica do sistema de comunicação audiovisual fordista, em que poucos poderosos e proativos se impunham sobre uma ampla multidão passiva e com pouco poder. Certamente, o mundo da internet é mais horizontal e menos hierárquico, pois são muitos que estão em disposição de agir autônoma e proativamente, transformando os equilíbrios tradicionais. Assim se reduzem as possibilidades tradicionais de controle hierárquico por parte do poder e – em contrapartida – empodera-se a multidão (Negri e Hardt).


2) No entanto, também apresentam efeitos negativos e de aumento das possibilidades de controle autoritário. Destacam-se especialmente os desenvolvimentos tecnológicos baseados em big data, inteligência artificial, localização constante de praticamente toda a população, sua identificação biométrica precisa, algoritmos capazes de conceder ou negar em tempo real alguns direitos aos cidadãos (como na China, que se pode chegar a negar o uso de serviços de transporte público) etc.

3) O mundo digital gera uma complexa “extimidade”[7] que abala os padrões e as experiências tradicionais do íntimo e do secreto ante o publicamente conhecido. Cada vez menos nos relacionamos cara a cara, direta e profundamente com outras pessoas. Além disso, trocamos esse íntimo contato necessário por uma falsa substituição “extímica” na internet e nas redes virtuais (que, às vezes, de “sociais” têm pouco). Essas mudanças são mais disruptivas e têm efeitos mais radicais sobre a convivencialidade[8] humana do que suspeitávamos até então.

4) Tais tecnologias disruptivas acentuam a ruptura das sociedades modernas no que diz respeito aos tradicionais vínculos hipersociais, às solidariedades coletivas e ao comunitário. Em contrapartida, fomentam um individualismo radical, competitivo e crescentemente egoísta. Imersos nessas novidades, as pessoas chegam a pensar que são átomos totalmente invulneráveis que não necessitarão nunca da ajuda, da assistência e, inclusive, da compreensão de mais ninguém. Isto gera indivíduos “bunkerizados”,[9] com pouquíssimos vínculos humanos realmente profundos, íntimos, emotivos e corporais. Pois são substituídos pela inflação extímica de uma multidão de “amizades” virtuais, às vezes fictícias e construídas com inteligência artificial, e onde aparecem bolhas e efeitos-túnel humanamente negativos. Assim, novas tecnologias amplificam os piores aspectos da psicologia moral humana e polarizam violentamente a sociedade. Acentuam-se as respostas viscerais, automáticas e irreflexivas, sob pressão de grupos cada vez menores e apartados do amplo consenso social. Ademais, os mecanismos humanos que diminuem a agressividade pelo contato empático cara a cara, pelo uso da palavra, pela expressão corporal não verbal e pelas habilidades convencionais perdem efetividade. Além de facilitar a rápida exclusão do discordante (gerando os chamados efeitos-túnel e bolhas digitais).

5) Dessa forma, tende-se a cindir a sociedade em muitas e-comunidades construídas por consensos antagônicos viscerais (às vezes com messianismos telemáticos) e subordinar as “solidariedades” tradicionais cada vez mais enfraquecidas de família, classe, bairro-vizinhança, partido-sindicato, formação, profissão e, inclusive, nacionalidade (reduzida a compartilhar “papéis”, serviços estatais, bandeira ou time nacional). A crescente fragmentação antagonista do espaço público (antecipado com as máfias, seitas e tribos urbanas) evidencia o enfraquecimento do cimento e da philia político-sociais.

6) No extremo, a soma de hiperindividualismo, fragmentação social e perda dos vínculos empáticos comunitários leva muita gente a pensar que pode prescindir totalmente dos que não compartilham plenamente os valores radicalizados do pequeno grupo das redes sociais (os outros-como-eu, o nós). Inclusive pode levar a considerar que seria positivo prescindir desses outros-que-eu (eles), que são cada vez mais apoiadores da redução, da fragmentação e da radicalização que comentamos. Já sabemos o que aconteceu e aonde nos levaram essas dinâmicas na Alemanha nazista. Uma vez que se rompe o vínculo social empático, o enfrentamento extremista converte-se em uma possibilidade.

7) Essa fragmentação unida ao enfrentamento extremista pode ser vista no aumento do uso cotidiano das armas, que os Estados Unidos estão exportando ao Brasil de Bolsonaro. Exemplifica perfeitamente até que ponto o outro, o próximo ou o concidadão é visto cada vez mais como um inimigo potencial, o qual deve ser enfrentado ou – ao menos – mantido sob vigilância e ameaça constantes. Nesse sentido, a simples posse de armas tem um efeito fortalecedor e de feedback em potencial: pois a mera compra de uma arma desperta nos indivíduos o frame[10] (Lakoff) da ameaça, a necessária defesa e a preparação para a agressão (seja recebendo-a ou repelindo-a). A posse cotidiana de armas tem, portanto, um efeito psicológico intensamente negativo que facilita sua utilização cedo ou tarde, ou ao menos reafirma a angustia ante a fragmentação social. Significativamente, os novos autoritarismos iliberais fomentam a tendência privada de armas, não apenas como negócios senão – sobretudo – porque assim impõem o frame da insegurança social que facilita o sacrifício de valores de liberdade, reconhecimento e, inclusive, redistribuindo-os em favor dos autoritários e da segurança.

8) Por isso, nas sociedades neoliberais avançadas é mais difícil que os diversos grupos incomunicáveis e conflitantes aceitem sacrifícios solidários tanto na redistribuição econômica como no reconhecimento. Significativamente vivemos um ataque frontal com as políticas afirmativas igualitárias e de reconhecimento de direitos aos “outros grupos”. Apenas as mulheres e o feminismo no Ocidente (não sei se se incluem o catalanismo soberanista ou alguns grupos étnicos-raciais) têm mostrado uma determinação capaz de impedir os primeiros grandes golpes. Em todo o caso, devemos reconhecer que a social democracia clássica nos dias de hoje está bastante desconcertada e sem nenhuma estratégia alternativa.

9) Essa pode ser uma explicação de porque, atualmente, é falha a teoria eleitoral “da viagem ao centro”. Esta postulava que a vitória nas eleições se produzia por movimentos de transferência de voto e abstenção dos setores moderados do centro (que algumas vezes votam em uma direção e outras na oposta). Ganhar esses eleitores decisivos impulsionava os partidos a competir com propostas moderadas e não destinadas aos fãs nem mesmo aos militantes, havia uma tendência de pacificar suas proposições. No lugar “da viagem ao centro”, os movimentos políticos atuais (populismos de direita e esquerda) estão se radicalizando nos extremos que retroalimentam as tendências perigosas, apontadas anteriormente, e que dissolvem o cimento social no sentido de “salve-se quem puder” e “concentra a atenção-indignação ainda que te critiquem”.


10) Portanto, crescem (destaca o jornalista David Brooks) os ataques furibundos ao tradicional “politicamente correto” e ao rentismo igualitário-compensador. Esse é um bom exemplo da ruptura das solidariedades sociais, a qual provoca a crescente inimizade contra os “outros-que-eu” (imigrantes, minorias...). Quiçá seja por isso que atualmente exista menos tolerância diante da presença de costumes “outros” (sejam culturais, étnicos, de sexualidade-gênero...) que se tornam facilmente invisíveis na internet (efeito túnel) e, portanto, provocam reações mais agressivas quando presenciados ao “vivo”. Daniel Innerarity tem razão ao defender que o novo antagonismo político e a crescente cisão social geram um grande conflito em um novo “eixo ideológico” marcado pelos polos: fechar-se no próprio-conhecido ou abrir-se à mudança-outra.

11) Como vemos, uma vez que se rompe o vínculo empático hipersocial, o enfrentamento extremista se converte em uma possibilidade. Por isso, deve-se manter como algo sagrado o reconhecimento da dignidade humana (base dos direitos humanos) incluindo aos que não são exatamente iguais a nós mesmos porque têm outros projetos vitais. Da mesma forma que a economia é a ciência de administrar recursos escassos suscetíveis de usos alternativos, a política e a convivência humana se baseiam em administrar de forma pacífica esses recursos escassos suscetíveis de usos alternativos em função dos projetos existenciais e políticos que se confrontam pacificamente na ágora e no parlamento público.

12) A pandemia de Covid-19 está nos mostrando os graves efeitos das tendências que estamos apontando, especialmente nos países – como os Estados Unidos e o Brasil – que os levaram ao extremo.

13) Constatamos que os movimentos sociais progressistas parecem estar imediatamente em condições inferiores em relação aos mais próximos ao poder, que manifestam atualmente claras tendências autoritárias e dissolventes do Estado social de direito.

Portanto, consideramos que a análise das consequências de todos os tipos de sociedades de controle e sua reversão eficaz para salvaguardar os princípios democráticos são os objetivos mais importantes juntos à superação da Covid-19 e da previsível grande crise econômica imediatamente posterior.

Por isso, projetamos o presente livro como o necessário exercício dos dias atuais de diagnosticar realista e rigorosamente as sociedades de controle (cujo estágio superior pode ser a ameaçadora “sociedade do confinamento”); para assim recompor eficientemente uma ampla aliança das forças sociais progressistas e preparar uma potente estratégia de resposta. Ora – como acontece em momentos graves como o atual – o futuro está em jogo e toda crise é também uma oportunidade de melhora.

Prefácio sobre "Novas bases (fundamentos) da sociedade de controle e formas de resistir a elas[1]" para o livro A sociedade do controle?: macrofilosofia do poder no neoliberalismo, de Andrade, Durval A.; Mayos, Gonçal; Horta, José Luiz B.; Miranda, Rodrigo M. A. (Coords.); Belo Horizonte: Fórum, 2022. 366 p. ISBN 978-65-5518-260-6.

[1] Traduzido do original em castelhano Nuevas bases de la Sociedad de control y como resistirlas, por João Pedro Braga de Carvalho e Raphael Machado de Castro.

[2] Para mais informações: https://goncalmayossolsona.blogspot.com/2020/03/del-transportfisic-al-confinament-el.html e https://goncalmayossolsona.blogspot.com/2020/03/ confinament-regresn-lexclusivisme.html.

[3] N.T.: O autor faz uso do neologismo ‘disciplinación’. Optamos por manter sua construção mais próxima na língua portuguesa ao invés da mera utilização da palavra “disciplina”, pois dessa forma o sentido original de uma determinação disciplinar é mantido.

[4] N.T.: O termo usado pelo autor faz referência à expressão políticas del desconcierto trabalhada anteriormente no texto: MAYOS, Gonçal. ‘Políticas del desconcierto’ y redefinición democrática. Una síntesis macrofilosófica. In: AMAT, Joan Lara (Ed.). La ciudadanía y lo político. Ciudadanía y crisis de la democracia liberal en un mundo en transformación. Lima: Oficina Nacional de Procesos Electorales (ONPE) y Universidad Nacional Mayor San Marcos, 2020.

[5] Apesar de Trump ter o demitido como seu principal assessor, Bannon segue liderando seu ambicioso projeto de “infraestrutura para um movimento populista global”, a partir do qual criou, em Bruxelas, o The Movement. Estabeleceram-se contatos com movimentos políticos conservadores nacional-populistas como o Vox da Espanha, o Rassemblement Nacional da França, o Fidesz da Hungria, a Alternativa para Alemanha, a Liga do Norte da Itália, o Partido da Liberdade da Áustria, além de tentar somar líderes autoritários como Jair Bolsonaro, Vladimir Putin, o japonês Shinzo Abe, o indiano Narendra Modi, assim como líderes do Egito, das Filipinas, da Polônia, da Coreia do Sul...

[6] N.T.: A expressão espanhola se refere ao pacto de coalisão entre o Partido Popular, Ciudadanos e Vox, personificados em seus líderes conservadores Pablo Casado, Inés Arrimadas (antes Albert Rivera) e Santiago Abascal. Esse neologismo se forma a partir da fusão dos termos tripartito (tripartite) e fachista (facista).

[7] N.T.: O autor utiliza-se do neologismo extimidad em contraposição à intimidad (intimidade). Optamos por manter, inclusive em suas derivações, a construção mais próxima do original nos momentos em que esses casos aparecem.

[8] N.T.: A expressão provavelmente faz referência aos trabalhos do pensador austríaco Ivan Illich, autor da obra A convivencialidade, de 1986.

[9] N.T.: Neologismo derivado da palavra bunker, da língua inglesa, que denomina uma estrutura ou reduto fortificado, parcial ou totalmente subterrâneo, construído para resistir aos projéteis de guerra.

[10] N.T.: Expressão em inglês relativa aos quadros presentes nas produções audiovisuais (vídeos, jogos digitais...) que sobrepostos conjuntamente em certas velocidades geram a impressão de movimento na percepção humana.


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